sexta-feira, 6 de maio de 2011

Esmalte pode causar alergia e câncer

Vários são os cosméticos que contêm componentes químicos que podem ser prejudiciais à saúde: se usados freqüentemente, podem causar câncer.

A Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor analisou 12 tons de esmaltes na cor branca, das três marcas mais vendidas no país (Colorama, Risqué e Impala), para testar quais seriam as opções mais seguras para o consumidor.

O teste considerou, também, comparação da durabilidade, abrasividade, o tempo de secagem e o brilho. Sete tons das marcas Impala e Risqué foram mal avaliados por conterem concentrações de substâncias químicas que podem ser prejudiciais à saúde.

Alguns desses componentes já foram eliminados nas fórmulas dos produtos na Europa, como o dibutilftalato e o nitrotolueno, pois estudos apontaram ser potencialmente cancerígenos.

Os únicos produtos brasileiros que poderiam ser comercializados nos países europeus são os da Colorama e os hipoalergênicos da Risqué, que estão livres de tais substâncias. Mas, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa não restringe o uso do dibutilftalato nem o do nitrololueno. E não há limites para uso do tolueno e furfural, encontrados na composição dos esmaltes.

Pelas normas européias, a quantidade máxima permitida de tolueno é 25% (250.000 mg/kg), e a de furfural, 360 mg/kg. Os esmaltes da Impala (inclusive os da linha hipoalergênica) contêm dibutilftalato — e no caso do tolueno, havia concentrações próximas ou até além do limite permitido na Europa. Já os produtos tradicionais da Risqué têm nitrotoluene, e tolueno em quantidades próximas, ou no limite permitido.

Substâncias como dibutilftalato são usadas para plastificar os materiais e, no esmalte, para dar mais brilho. O tolueno é um solvente usado para fixação. Em contato com a pele pode causar alergia. Além disso, seu uso freqüente tem efeito cumulativo, podendo provocar câncer.

A Proteste enviou os resultados ao Ministério Público Federal de Minas Gerais para providências e solicitou à Anvisa que haja limitação ou exclusão de tais substâncias nas fórmulas dos esmaltes. Sugeriu, ainda, que seja firmado compromisso com os fabricantes do setor, como ocorreu na Comunidade Européia, para banir o uso de tais substâncias nos esmaltes.
Respostas
A Risqué manifestou-se a respeito dos testes, em nota oficial, na qual afirma que a marca “cumpre rigorosamente as determinações das legislações vigentes”. A empresa ainda afirma que, no processo de desenvolvimento e produção dos seus esmaltes, os componentes nitrotolueno e furfural não são adicionados. Além disso, ressalta que os esmaltes Risqué de ambas as linhas não contêm Dibutyl phtalate.

O Laboratório Avamiller de Cosméticos Ltda., responsável pela marca Impala, também diz produzir e comercializar todos os seus produtos de acordo com a legislação brasileira vigente, inclusive sendo notificados na Gerência Geral de Cosméticos – GGCOS da Anvisa.

Em nota da assessoria de comunicação, a empresa esclarece: “O componente Dibutilftalato, citado na composição do produto e em rotulagem, tem seu uso permitido em esmaltes no Mercosul, e foi adotado igualmente pelos países signatários deste Mercado Comum, inclusive o Brasil. Da mesma forma, os produtos da linha hipoalergência seguem estritamente a regulamentação da Anvisa (Resolução 343/05).”

A nota salienta ainda que o uso de esmaltes para adultos em crianças não é recomendado, mas reafirma que todos os produtos da marca são seguros para o uso dos consumidores.

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